sábado, 11 de junho de 2011

A psicologia e sua história ...


A psicologia e sua história


            A Psicologia contemporânea, apresenta uma grande diversidade e para ser compreendida, recuperar sua história é indispensável.
            A história da construção da psicologia está ligada em cada momento histórico e aos novos desafios colocados pela realidade econômica e social e pela insaciável necessidade do homem de compreender a si mesmo.

A PSICOLOGIA ENTRE OS GREGOS: OS PRIMÓRDIOS


            Com a evolução dos povos gregos e as construções das primeiras cidades, crescimento, riquezas para a arquitetura, agricultura e a organização social houve os avanços na Física, Geometria, nas teorias políticas.
            Esses avanços permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito, como a Filosofia, e a Arte.
            Além disso, o termo psicologia vem do grego psyché, que significa alma, e de logos, que significa razão.
            A alma ou espírito era concebido como parte imaterial do ser humano e englobaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.
            Os filósofos pré-socráticos preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo através da percepção.
Havia uma grande oposição entre os idealistas e os materialistas.

            Com Sócrates (469-399 a.C.) A Psicologia na antiguidade ganha consistência, para ele o limite que separa o homem dos animais era a razão.Esta teoria postulava que, a razão permitia ao homem sobrepor-se aos instintos que seria a base da irracionalidade.
            Platão (427 – 347 a.C) Um discípulo de Sócrates, procurou definir um “lugar” para a razão no nosso próprio corpo, e este lugar seria a cabeça, onde, portanto se encontraria a “alma” do homem.
A medula seria, portanto o elemento de ligação da alma com o corpo. Este elemento de ligação era necessário porque Platão concebia a alma separada do corpo. Quando alguém morria, a matéria (o corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar o outro corpo.

Sócrates, Platão e Aristóteles

Aristóteles (384 – 322 A. C) também discípulo de Platão, postulava que tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua “psyché” ou “alma”. Desta forma , os vegetais, os animais, e o homem teriam alma. Aristóteles estudou as diferenças entre razão, percepção e sensação em “Da anima” que pode ser considerado o 1º tratado em Psicologia.
Vale lembrar que 2.300 anos antes do advento da Psicologia científica os Gregos já haviam formulado duas “Teorias”: A platônica que postulava a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo, e a aristotélica, que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo.

A PSICOLOGIA NO IMPÉRIO ROMANO E NA IDADE MÉDIA:

            Uma das principais características desse período é o aparecimento e desenvolvimento do cristianismo – uma força religiosa que passa a força política dominante.
            Portanto, falar em psicologia nesse período é relacioná-la ao conhecimento religioso, já que, ao lado do poder econômico e político, a igreja católica também monopolizava o saber e, conseqüentemente o estudo do psiquismo.
Neste sentido, dois grandes filósofos representaram esse período: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225- 1274).
Santo Agostinho
Santo Agostinho, inspirado em Platão também fazia uma cisão entre alma e corpo, acrescentando que a alma era, além da sede da razão também a prova de uma manifestação divina no homem.
São Tomás de Aquino viveu num período que prenunciava a ruptura da Igreja Católica, e o aparecimento de protestantismo – uma época que preparava a transição para o capitalismo, com a revolução francesa e a revolução industrial na Inglaterra.
Essa crise econômica e social leva ao questionamento da Igreja e dos conhecimentos produzidos por ela; sendo necessário encontrar novas justificativas para a relação entre Deus e o homem.
São Tomás de Aquino foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência, postulando que o homem, na sua essência, busca a perfeição através da sua existência; sendo que essa busca do homem pela perfeição só seria possível pela busca de Deus.

A PSICOLOGIA NO RENASCIMENTO

Renascimento ou Renascença, marca o início de uma época de transformações radicais no mundo europeu.
 A transição para o capitalismo começa uma nova forma de organização da vida econômica e social, acontece então um processo de valorização do homem, e as transformações acontecem em todos os setores da produção humana.
As ciências conhecem um grande avanço. O conhecimento tornou-se independente da fé, os dogmas da Igreja foram questionados.
A Racionalidade do homem apareceu, então como a grande possibilidade de construção de conhecimentos.
Esse avanço na produção de conhecimentos propicia o início da sistematização do conhecimento científico.
René descartes (1519-16590) um dos filósofos que mais contribuiu para o estudo da ciência, postula a separação entre mente (alma e espírito) e corpo, afirmando que o homem possui uma subtãncia material e uma substãncia pensante, e que o corpo, desprovido do espírito, é apenas uma máquina.
Esse dualismo mente-corpo torna possível o estudo do corpo humano morto, o que era impensável nos séculos anteriores (o corpo era considerado sagrado pela Igreja, por ser a sede da alma), e dessa forma possibilita o avanço da Anatomia e da Fisiologia, que iria contribuir bastante para o progresso da psicologia, a figura abaixo representa a dessacralização do corpo humano.


Lição de anatomia , de Rembrandt: a dessacralização do corpo



A PSICOLOGIA CIENTÍFICA

A psicologia moderna nasceu na Alemanha no final do século 19, na universidade de Leipzig, com Wundt, Weber , Fechner, e o inglês Edward B. Tichner, e o americano William James.

Seu status de ciência  é obtido à medida que se “liberta” da Filosofia, e desta forma sob os novos padrões de produção de conhecimento, passam a :
-  definir seu objeto de estudo ( o comportamento, a vida psíquica, a consciência); 
-  delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras àreas de conhecimento, como a Filosofia e a Fisiologia; 
-  formular métodos de estudo deste objeto;-  formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na área.

Essas teorias devem obedecer aos critérios básicos da metodologia científica, isto é, deve-se buscar a neutralidade do conhecimento científico, os dados devem ser passíveis de comprovação, e o conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida para outros experimentos e pesquisas na área.
Embora a psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento, na vanguarda do sistema capitalista, surgindo as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, que são:
            Funcionalismo, de William James (1842-1910).
Para o Funcionalismo o que importa responder: “o que fazem os homens” e “porque o fazem”.
E para responder isto, W. James elege a consciência como o centro de suas preocupações e busca a compreensão de seu funcionamento, na medida em que o homem a “usa” para adaptar-se ao meio

                     Estruturalismo, de Edward Titchner (1867 – 1927).
A preocupação do estruturalismo também é a consciência, mas de forma diferente Titchner, irá estudá-la em seus aspectos estruturais, isto é, os estados elementares da consciência como estrutura do sistema nervoso central; e prevalece o método de observação, sendo os conhecimentos psicológicos produzidos eminentemente experimentais, isto é, produzidos a partir do laboratório.
Esta escola foi inaugurada por Wundt, mas foi Titchner, seu seguidor, que usou o termo estruturalismo para diferenciá-la do Funcionalismo.

                      Associacionismo, de Edward L. Thorndike (1947 – 1949).
Edward L. Thorndike revelou sua importância através da formulação da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia.
O termo associacionismo tem origem da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de idéias – das mais simples às mais complexas.Thorndike formulou a Lei do Efeito, que viria a ser de grande utilidade para a Psicologia Comportamentalista. De acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um rato, etc) tende a se repetir, se nós recompensarmos (efeito) o organismo assim que este emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado(efeito) após sua ocorrência. E, pela Lei do Efeito, o organismo irá associar essas situações com outras semelhantes.

 * ESTE RESUMO FOI FEITO COM BASE NO MATERIAL INDICADO PELA PROFESSORA LUCIANA, PARA FACILITAR NO ENTENDIMENTO DO ASSUNTO

Referências bibliográficas:

 BAHIA Mercês, FURTADO Odair, TEIXEIRA Maria de Lourdes Trassi, Psicologias:uma introdução ao estudo da psicologia-13.ed.refor. e ampl.-São Paulo: Saraiva, 2002.cap.2








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